Início » Livros » Resenhas :: A Playlist de Hayden

Resenhas :: A Playlist de Hayden

Título: A Playlist de Hayden

Autor: Michelle Falkoff

Editora: Novo Conceito

Páginas: 288

Onde costumo comprar (Opções de livro impresso): Buscapé

*Livro cedido em parceria com a editora Novo Conceito.

Sinopse: Depois da morte de seu amigo, Sam parece um fantasma vagando pelos corredores da escola, o que não é muito diferente de antes. Ele sabe que tem que aceitar o que Hayden fez, mas se culpa pelo que aconteceu e não consegue mudar o que sente.
Enquanto ouve música por música da lista deixada por Hayden, Sam tenta descobrir o que exatamente aconteceu naquela noite. E, quanto mais ele ouve e reflete sobre o passado, mais segredos descobre sobre seu amigo e sobre a vida que ele levava.
A PLAYLIST DE HAYDEN é uma história inquietante sobre perda, raiva, superação e bullying. Acima de tudo, sobre encontrar esperança quando essa parte parece ser a mais difícil.

Você nunca conhece uma pessoa até ouvir o que ela gosta

Eu até concordo com a frase acima e que é através dela (música) que eu acredito que não gostaria de conhecer Hayden baseada em sua playlist. Desculpa aos fãs das bandas citadas no livro. De qualquer forma, ainda bem, que nem todas as pessoas devem eu merecem ser julgadas pelas músicas que ouvem.

Durante a narrativa não conhecemos muito de Hayden em si, apenas através dos comentários que Sam faz sobre seu amigo e por mais que eles sejam melhores amigos ainda não é o suficiente para conhece-lo bem. Isso me deixou bem intrigada no inicio do livro, mas o bom é que vamos conhecendo um pouco mais sobre o garoto junto com Sam – Já que ser melhor amigo de alguém não te faz um especialista naquela pessoa e etc.

Esse não foi um livro que tenha me agradado muito e o pior é que eu nem sei dizer exatamente os motivos. A narrativa de Michelle é leve, mesmo tratando de temas como o suicídio e bullying que possivelmente deixaria o clima bem pesado o livro em si tem essa carga. O que é bom, claro, e eu devo esse fato as músicas. Música melhora tudo, sempre… Música é uma das melhores formas de expressão que existe – na minha opinião – e mesmo que eu não goste das bandas/músicas citadas no livro eu gostei da forma como elas foram inseridas e combinadas com cada capitulo.

Sam e Hayden se conheceram quando eram crianças e nunca mais deixaram de ser amigos. Ambos os garotos tem um grau excessivo de timidez e são sempre sacaneados pelos colegas de escola (e o pior de tudo: um dos “cabeças” da trifeta do bullying é irmão do próprio Hayden). Após anos e anos de abuso um dia Sam encontra Hayden morto e ao seu lado apenas um bilhete.

A vida de Sam não muda completamente após perder seu amigo, porém ele passa a conhecer algumas pessoas que vão lhe dar uma nova perspectiva da vida, do que é amizade e do que é certo e errado. Através dessas pessoas ele vai, inclusive, conhecer um pouco mais de Hayden. Isso acaba lhe incomodando no inicio mas é compreensível que todos tenham seus próprios segredos. Confesso que Sam é um personagem que não me agradou tanto, mas geralmente me sinto assim em relação a algum personagem que tenho semelhança negativa – Ele é tímido, meio lerdo, vive em seu próprio casulo e sempre coloca a culpa dos seus problemas em outras pessoas.

Alias, o livro fala muito sobre isso: Culpa. Não apenas Sam, mas como outros personagens sentem o peso da culpa pelo que houve com Hayden e mesmo que a vida do garoto não tenha sido fácil eu alguns sentidos é importante frisar que a culpa não é de ninguém. Bom, eu tenho um modo de ver o suicídio que pode ser diferente do seu então concordando ou não com o que eu vou dizer peço que tente apenas respeitar – aceito comentários na boa, podemos até conversar sobre isso. Enfim, eu acho que realmente podem existir diversos fatores que levem uma pessoa a tomar uma medida tão drástica, porém essa não é a única zaida. Eu acredito que seja algo egoísta, principalmente quando se trata de um adolescente que ainda deve aprender tanta coisas da vida e etc. Enfim², o que eu quero mesmo dizer é que a decisão foi dele e independente do que desencadeou essa vontade de morrer a culpa não é das pessoas ao seu redor (até mesmo daquelas pessoas más).

De todo o mais o livro tem o objetivo simples e puro de mexer com o coração do leitor e ele não falha. Até mesmo comigo que claramente não gostei muito da leitura. Ele me fez pensar sobre amizade, segredos e até mesmo sobre como realmente as pessoas se sentem (seja bonzinho ou mauzinho).

E claro: Novo Conceito caprichou na edição e no kit para os parceiros. ❤

Muitas pessoas querem ser invisíveis. Talvez elas até pensem que podem fingir que são.  Mas sempre alguém as vê.

Michelle Falkoff é graduada pela Iowa Writers’ Workshop e hoje é a Diretora de Comunicação e Lógica Jurídica da Northwestern University School of Law. A PLAYLIST DE HAYDEN é o seu primeiro livro.

 

4 pensamentos sobre “Resenhas :: A Playlist de Hayden

  1. O livro parece conter uma história muito comovente e emocionante, para Sam não deve ser nada fácil lhe dar com esta situação, ele não entende por que Hayden fez isto!! Mas acredito que conforme ele vai ouvindo a playlist que Hayden deixou ele vai entendendo por que o amigo cometeu tal ato!!

  2. Oi, Sil!! Eu terminei esse livro ontem e agora mesmo estou escutando a lista de musicas da playlist de Hayden rs
    Eu entendo o que você disse sobre a leitura não ser tão legal e concordo. Por muitos momentos no livro fiquei incomodada pela forma como a autora escolheu contar as coisas, porém quando cheguei ao final foi impossível não me senti tocada pela estória do Hayden.
    Eu comecei a ouvir a playlist depois de ter terminado o livro e acho que fiz a coisa certa. Eu amei as musicas selecionadas, a maioria eu não conhecia, e ouvir a playlist só complementou a minha opinião sobre o livro. Ele não é o melhor livro do mundo, mas tem seus qualidades que realmente tocam e você entende porque tanta gente gostar dele.
    Na questão da culpa dos personagens, eu achei isso incrível, porque apesar de eu nunca ter perdido ninguém dessa maneira eu consegui sentir o que eles sentiram. É claro que a culpa não é de ninguém, mas acredito que o sentimento de culpa é inevitável nessas situações – o sentimento de “eu poderia ter feito diferente” ou “eu podia ter evitado isso”. O livro nos mostra diversas possibilidades: se Sam não tivesse deixado o Hayden sozinho aquela noite, se aquela pessoa tivesse feito isso ou aquela outra pessoa não tivesse feito aquilo, talvez o Hayden estivesse vivo. Mas não existe um botão de reiniciar na vida e de fato o Hayden se matou e sentimento de que as coisas poderiam ser diferentes é o que trás a culpa nos personagens.
    Eu gostei bastante desse livro, apesar de ter suas falhas. O Hayden me conquistou pela playlist, eu gostaria de conhece-lo só por saber as coisas que ele gostava rs

    Ótima resenha! 😀

  3. Pingback: Top Comentarista Julho – A Playlist de Hayden | Cantar em Verso

  4. Oie!
    eu também li e amei a playlist, mas acho que o amor acabou por ai, e também não sei dizer o por que rs acho que esperava mais, alguns pontos me surpreenderam, achei que seria tipo um Cidades de Papel, mas achei um pouco mais maduro, mas nada que fosse um livro do ano :/ uma pena, pois a autora escreve muuuito bem :DD
    Beijos!

Deixe um comentário